Macunaíma foi um livro publicado em uma época de grandes mudanças, não só no Brasil como no mundo inteiro, especificamente no ano de 1928. Uma dessas mudanças foi a crescente influência do comunismo no país quando em 1922 surgiu o Partido Comunista do Brasil, que se baseava nos princípios do marxismo-leninismo com grandes penetrações nos sindicatos.
Essa ideologia vinha da revolução russa. No passado a Rússia seguiu a monarquia absolutista por muito tempo e enquanto os ricos eram poucos, os pobres eram muitos. Foi natural o nascimento dos movimentos contrários a ordem estabelecida. O Comunismo antagonizava com o absolutismo na Rússia, trazia em seu bojo o ideal de reverter a ordem estabelecida. Assim a revolução na Rússia prosperou rapidamente e os revolucionários são alçados ao poder. Essa vitória foi suficiente para mostrar ao mundo os ideais comunistas. Essas idéias que nasceram das complicadas lutas russas viriam a se espalhar pelo mundo, chegando até o Brasil e influenciando muitas pessoas.
No Brasil o período de 1922 a 1930 também se caracteriza por definições no quadro político partidário. Em 1922 é criado o Partido Comunista. Em 1926 surge o Partido Democrático, de larga penetração entre a pequena burguesia paulista e que teve, entre seus fundadores, Mário de Andrade.
Tudo isso vem influenciar o movimento modernista que tinha justamente a necessidade de novas definições além de promover o rompimento com todas as estruturas do passado. Daí o caráter anárquico dessa primeira fase do movimento modernista e seu forte sentido destruidor, assim definido por Mário de Andrade:
(...) se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista. Isto é, o seu sentido verdadeiramente específico. Porque, embora lançando inúmeros processos e idéias novas, o movimento modernista foi essencialmente destruidor. (...)
Mario de Andrade como se vê, é fortemente influenciado pelo contexto de sua época e produz sua obra prima Macunaíma que carrega as características importantes e significativas como o rompimento com o passado, o caráter anárquico e o nacionalismo crítico.
Autora: Marina P. P.
Referência: Modernismo, de Sérgio Milliet e Site AlgoSobre.
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