domingo, 13 de março de 2011

Primitivismo

Os autores do Modernismo procuraram no índio e no negro o primitivismo, os elementos primordiais da cultura brasileira que proporcionariam a reconstrução da realidade nacional, e procuraram retratar a mistura de culturas e raças existente no país. 
Quase todos os criadores da primeira fase modernista vivem a dimensão primitivista. Apropriam-se assim da mitologia do povo, das tradições dos índios, etc., sem, no entanto, se aprofundar nos temas.
Formaram-se vários grupos, proclamaram-se muitos movimentos, todos insistindo em sua autenticidade nacionalista. As mais significativas dessas tendências foram o Pau-Brasil e a Antropofagia, ambas criadas por Oswald de Andrade.

Manifesto Pau-Brasil

Escrito por Oswald de Andrade, publicado no jornal “Correio da Manhã”, em 18 de março de 1924, apresentou uma proposta de literatura vinculada à realidade e características culturais do povo brasileiro, com a intenção de causar um sentimento nacionalista.
"(...)uma curiosidade  original deste povo. Ora sabereis que a sua riqueza de expressão intelectual é tão prodigiosa, que falam em uma língua e escrevem em noutra..."
"(...)discretando sobre o z do termo Brazil e a questão de pronome "se". Outrossim, hemos adquirido muitos livros bilíngues, chamados "burros", e o dicionário Pequeno Larrouse; e já estamos em condições de citarmos no original latino muitas frases célebres dos filósofos e os testículos da Bíblia."

Antropofagia

Sua origem se dá a partir de uma tela feita por Tarsila do Amaral, em janeiro de 1928, batizada de Abaporu ( aba= homem e poru = que come). Assinado por Oswald de Andrade tinha como diz Antônio Cândido, “uma atitude brasileira de devoração ritual dos valores europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista, com suas normas rígidas no plano social e os seus recalques impostos, no plano psicológico”
"Então Macunaíma contou o paradeiro do muiraquitã e disse pros manos que estava disposto a ir pra São Paulo procurar esse tal de Venceslau Pietro Pietra e retornar o tembetá roubado."
 A partir desse anti-herói o autor enfoca o choque do índio com a tradição e a cultura européia presente na cidade de São Paulo, e é aqui que se vê o traço antropofágico e procurando-se valorizar o que era do Brasil e apresentando uma postura antropófaga no sentido de comer aquilo que merecia ser comido da arte estrangeira.



Autora: Jaqueline Cavalcante
Referência Bibliográfica: ANDRADE, Mário de. Prosa Modernista - Macunaíma. Rio de Janeiro: Editora Agir,2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário