São Tomé |
O quinto capítulo da obra narra a viagem de Macunáima até São Paulo. Macunaíma deixa sua consciência em um local seguro e os irmãos fazem uma parada para se banhar em uma cova, que seria formada pela pegada de Sumé (São Tomé, um apóstolo). Essa água sagrada faz com que Macunaíma fique branco, Jiguê vermelho e Maanape apenas clareia as palmas de suas mãos e pés.
Nesse momento da história simula-se o mito da criação das raças e é demonstrado também a visão do negro na época, que ainda sofre com a recente lembrança da escravidão. Essa recriação dos mitos e busca do folclore é típica do primitivismo.
Depois disso os três chegam à cidade de São Paulo, onde finalmente os pássaros param de segui-los. Também descobrem que o seu dinheiro (sementes de cacau) nada vale e quase desiste diante da possibilidade de ter que trabalhar, porém Maanape consegue trocar o cacau por um pouco de dinheiro.
Moeda de Época |
Macunaíma dorme com francesas assim que chega na cidade. De dia acorda assustado com os barulhos da cidade e descobre que tamanho alvoroço é causado pelas máquinas.
Ele não entende a relação entre o homem e a máquina. Esse primeiro contato com a cidade mostra o contraste entre a natureza e a cidade, que repentinamente está cheia de inovações, refletindo a revolução industrial que acontecia nesse momento histórico e seria um dos principais pontos das novas escolas literárias que surgiam. Muitas das escolas se inspiravam nessas tecnologias novas, como por exemplo o futurismo cujo o principal representante era Marinetti.
Quando volta para pensão onde estão seus irmãos Macunaíma está com sapinhos na boca, sendo curado por seu irmão Maanape que era feiticeiro. Depois disso Macunaíma e Maanape vão até a mansão do peruano Venceslau Pietro Pietra para procurar a muiraquitã, aproveitando para usar a árvore do peruano para caçar.
Então eles são flagrados por Venceslau que revela ser Piaimã, o gigante comedor de gente. Piaimã mata Macunaíma e prepara-se para comê-lo, mas Maanape o salva com a ajuda de uma formiga e um carrapato.
O herói, ressuscitado pelo irmão, busca uma garrucha, balas e uísque com os ingleses e depois ofende a mãe do gigante na "máquina telefone".
Nota-se que Mário de Andrade tem uma visão crítica sobre a miscigenação de raças e dirige suas críticas também aos estrangeiros que influenciavam e enfluenciam muitas áreas do país. Piaimã revela a figura do estrangeiro civilizado que se aproveita dos mais pobres.
Autora: Marina Pereira Pires
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